A área da saúde tem constituído um dos mais significativos setores da economia imbricado com a estrutura produtiva, o desenvolvimento tecnológico, a geração de emprego e consequente fonte de rendimento. Seus efeitos dinâmicos, tanto em termos econômicos como sociais, reproduzem-se a médio e longo prazo. Estas características aprofundam-se com o processo de envelhecimento da população, assim como com a ampliação e diversificação das formas e tipos de cuidados de saúde. A tendência de crescimento recorrente da necessidade de financiamento da política de saúde tem sido enfrentada com reformas estruturais, organizacionais e culturais, tanto nos países desenvolvidos, como nos que se encontram em vias de desenvolvimento.
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Desigualdade e Políticas Públicas
Em face da crise global e estrutural do capitalismo [5], a esmagadora maioria dos países confronta-se com constrangimentos e cortes significativos nos orçamentos de Estado. Por conseguinte, na base da atuação governamental tem prevalecido estratégias de ajuste das políticas públicas de índole financeira e de curto prazo, sem que elas incorporem condições e necessidades de cumprimento das missões a que se encontram destinadas num Estado Social, nomeadamente a de promover o bem-estar social.
Como resultado, observa-se o recrudescimento de desigualdades socioeconômicas, privando parte crescente dos cidadãos do
acesso aos bens públicos, sobretudo pela incapacidade do sistema público de garantir princípios de justiça e equidade do bem-estar constitucionalmente consagrados.
acesso aos bens públicos, sobretudo pela incapacidade do sistema público de garantir princípios de justiça e equidade do bem-estar constitucionalmente consagrados.