As infecções sexualmente transmissíveis (IST [1]) são problemas comuns de saúde pública em todo mundo, com cerca de 340 milhões de casos novos ao ano. Várias IST são notificadas no Sistema de Informação de Notificação e Agravos (SINAN [2]) como sífilis e HIV. São infecções que afetam a vida e a saúde das pessoas, impactando a reprodução sexual e saúde infantil, causando infertilidade, complicações obstétricas, fetais e neonatais, gerando morbimortalidade materno-infantil. Na gestação, as mulheres são orientadas a realizar os testes rápidos de sífilis e HIV três vezes, duas na consulta de pré-natal no primeiro e terceiro trimestres de gestação e a terceira no momento do parto independente das testagens anteriores.

Foto: Ministério da Saúde/Internet.
A sífilis é uma infecção crônica que pode apresentar períodos de agudização e de latência. É dividida em sífilis primária, secundária, terciária e latente, a transmissão da mãe para o filho depende do estágio da doença e do período de exposição do feto, com maior risco em estágios avançados da gestação, devido à maior passagem da infecção por barreia placentária.
O tratamento é realizado preferencialmente com penicilina benzatina, uma medicação eficaz, que demonstra um fortalecimento mundial no tratamento e na prevenção de transmissão vertical, se realizado de forma correta.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, ocorrem em média 2 milhões de casos em gestantes a cada ano. Em 2016 a prevalência global resultou em uma taxa de sífilis gestacional de 473 casos/1.000 nascidos vivos.
No Brasil, observou-se, em 2020 que a população mais acometida foram mulheres jovens e negras e dentre elas gestantes, sendo notificados 21,6 casos/1.000 nascidos vivos. Em relação aos vinte e seis Estados brasileiros nesse mesmo período, nove apresentaram taxas acima da média brasileira e quatro apresentaram abaixo.
Já o HIV é classificado em dois tipos: o tipo 1 sendo mais virulento e prevalente e o tipo 2 sendo menos patogênico. A infecção é dividida em três fases: aguda, sintomática e assintomática. O tratamento é baseado na terapia antirretroviral que pode ser usada também na gestação, para reduzir a carga viral e evitar a infecção fetal. Com a realização adequada do tratamento as chances de transmissão via parto reduzem para 2%. Para tanto, o Ministério da Saúde recomenda o tratamento do recém-nascido e orienta a não amamentação materna.
No Brasil, observou-se aumento de casos de gestantes com HIV de 30,8% de 2011-2019 e no período de 2000 a 2022 foram notificadas 149.591 gestantes parturientes/ puérperas com infecção pelo HIV, verificou-se que 37,1% das gestantes eram residentes da região Sudeste, seguida pelas regiões Sul (29,1%).
O objetivo da pesquisa foi analisar a tendência temporal da taxa de incidência e de adesão ao tratamento de sífilis e HIV em gestantes no Estado de Santa Catarina e suas macrorregiões no período de 2012 a 2022. A fim de identificar o perfil epidemiológico e fornecer dados relevantes para o planejamento de políticas de saúde públicas em Santa Catarina e suas macrorregiões.