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Qualidade e Segurança do Paciente na Atenção Primária à Saúde: Evidências de Validade de Instrumento

29 de May de 2025 por filipesoaresImprimir Imprimir

Como foi desenvolvido e validado um instrumento para avaliar a segurança do paciente na Atenção Primária sob a ótica do usuário.


Você sabia que os próprios usuários dos serviços de saúde podem ajudar a identificar riscos e melhorar a segurança no atendimento? Pensando nisso, um grupo de pesquisadores desenvolveu um instrumento específico para avaliar a qualidade e a segurança do paciente na Atenção Primária à Saúde (APS), com base na perspectiva dos próprios pacientes. Neste post, explicamos as etapas desse processo e os resultados que validam a confiabilidade desse novo questionário.

10 Passos Para Segurança do Paciente

Etapas de desenvolvimento

A pesquisa seguiu um rigoroso caminho metodológico, dividido em seis fases:

  1. Identificação dos principais incidentes de segurança que ocorrem com mais frequência na Atenção Primária.

  2. Elaboração do instrumento com base nas categorias desses incidentes.

  3. Validação de conteúdo, com a participação de especialistas para verificar se os itens realmente representavam os conceitos pretendidos.

  4. Validação semântica, para garantir que o questionário fosse compreensível para o público-alvo.

  5. Revalidação de conteúdo, refinando os itens com base em sugestões e resultados preliminares.

  6. Análise fatorial exploratória, uma técnica estatística que ajuda a identificar os agrupamentos de itens mais coerentes dentro do instrumento.

Principais resultados

O questionário passou por duas rodadas de avaliação com especialistas e mostrou excelentes índices de qualidade:

  • Índice de validade de conteúdo: 0,869

  • Coeficiente de correlação intraclasse (CCI): 0,982

  • Alfa de Cronbach (consistência interna): 0,985

Esses números indicam que o instrumento é altamente confiável e bem estruturado.

Além disso, após a análise fatorial, o questionário foi refinado para 26 itens distribuídos em seis fatores, o que demonstra sua clareza e organização. Os testes estatísticos também confirmaram sua robustez, com:

  • Kaiser-Meyer-Olkin (KMO): 0,740

  • Teste de esfericidade de Bartlett: p < 0,001

Conclusão

O novo instrumento se mostrou adequado para avaliar a segurança do paciente a partir da visão dos usuários da Atenção Primária. Isso significa que ele pode ser uma ferramenta essencial para identificar riscos, implementar melhorias e promover o engajamento dos pacientes no cuidado com sua própria saúde.

Esse avanço reforça a importância de ouvir quem realmente utiliza os serviços de saúde e abre espaço para práticas mais seguras, humanas e eficientes no SUS.

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