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Processo de Enfermagem: Autorrelatos de Enfermeiros na Avaliação de Lesão por Pressão

Você já parou para pensar em como os enfermeiros lidam, na prática, com o cuidado de pacientes em risco ou com lesões por pressão [1]? Um estudo recente, realizado em um complexo hospitalar do sul do Brasil, trouxe dados interessantes sobre esse tema tão relevante para a qualidade da assistência de enfermagem.

Lesão por Pressão Em Idosos Hospitalizados: Prevalência, Risco e Associação Com a Capacidade Funcional

O objetivo do estudo foi traçar o perfil sociodemográfico dos enfermeiros e entender como eles aplicam o processo de enfermagem no cuidado com esses pacientes. Participaram da pesquisa 63 enfermeiros, que responderam a um questionário estruturado. A análise dos dados foi feita por meio de estatística descritiva.

O Que Revelam os Dados?

Um ponto que chamou atenção foi que apenas 38,1% dos enfermeiros conseguiram nomear corretamente todas as cinco etapas do processo de enfermagem. Quando perguntados sobre a prescrição de cuidados conforme o estágio da lesão por pressão, 49,2% afirmaram fazer essa associação de maneira moderada — ou seja, ainda há margem para aprimoramento.

Por outro lado, a maioria reconhece o valor do processo: 96,8% dos participantes disseram acreditar que ele é fundamental para qualificar e consolidar a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE [2]). No entanto, há desafios práticos: 36,5% relataram que o tempo disponível não é suficiente para realizar uma avaliação clínica completa e registrar adequadamente as lesões.

E a Educação Continuada?

Mesmo com a oferta de atividades educacionais dentro do ambiente hospitalar, muitos enfermeiros ainda sentem insegurança para planejar e prescrever cuidados relacionados à integridade da pele. Um possível motivo? As capacitações nem sempre incluem esse tema com a profundidade necessária.

Conclusão

O estudo mostra que, embora os enfermeiros reconheçam a importância do processo de enfermagem, a implementação na prática ainda encontra obstáculos — seja por falta de tempo, de formação específica ou mesmo de segurança na tomada de decisão. Reforçar o conteúdo sobre cuidados com a pele nas formações continuadas pode ser um passo importante para melhorar a assistência e prevenir complicações nos pacientes.

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