O Desafio do Cuidado com Lesões por Pressão: O Que Enfermeiros Estão Relatando?
Você já parou para pensar em como os enfermeiros lidam, na prática, com o cuidado de pacientes em risco ou com lesões por pressão? Um estudo recente, realizado em um complexo hospitalar do sul do Brasil, trouxe dados interessantes sobre esse tema tão relevante para a qualidade da assistência de enfermagem.
O objetivo do estudo foi traçar o perfil sociodemográfico dos enfermeiros e entender como eles aplicam o processo de enfermagem no cuidado com esses pacientes. Participaram da pesquisa 63 enfermeiros, que responderam a um questionário estruturado. A análise dos dados foi feita por meio de estatística descritiva.
Um ponto que chamou atenção foi que apenas 38,1% dos enfermeiros conseguiram nomear corretamente todas as cinco etapas do processo de enfermagem. Quando perguntados sobre a prescrição de cuidados conforme o estágio da lesão por pressão, 49,2% afirmaram fazer essa associação de maneira moderada — ou seja, ainda há margem para aprimoramento.
Por outro lado, a maioria reconhece o valor do processo: 96,8% dos participantes disseram acreditar que ele é fundamental para qualificar e consolidar a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). No entanto, há desafios práticos: 36,5% relataram que o tempo disponível não é suficiente para realizar uma avaliação clínica completa e registrar adequadamente as lesões.
Mesmo com a oferta de atividades educacionais dentro do ambiente hospitalar, muitos enfermeiros ainda sentem insegurança para planejar e prescrever cuidados relacionados à integridade da pele. Um possível motivo? As capacitações nem sempre incluem esse tema com a profundidade necessária.
O estudo mostra que, embora os enfermeiros reconheçam a importância do processo de enfermagem, a implementação na prática ainda encontra obstáculos — seja por falta de tempo, de formação específica ou mesmo de segurança na tomada de decisão. Reforçar o conteúdo sobre cuidados com a pele nas formações continuadas pode ser um passo importante para melhorar a assistência e prevenir complicações nos pacientes.