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Práticas de Cuidado e Necessidades de Saúde de Homens Em Atenção Domiciliar

Em virtude da representação masculina socialmente difundida, enquanto objeto de construções ideológicas baseadas em aspectos socioculturais, econômicos e demográficos que determinam a adoção de comportamentos, características, padrões de cuidado e de adoecimento particulares, essa população é particularmente acometida por altos índices de morbimortalidade. A título de exemplo, aponta-se que 87,4% das mortes por homicídio nas Américas são masculinas, como também a maioria decorrente do uso abusivo de álcool e outras drogas (84,7% e 64,7%, respectivamente).

Protagonismo do Enfermeiro Em Serviços de Assistência Domiciliar – Home Care

Foto: Divulgação.

Consoante a isso, o agravamento e a cronicidade vinculados ao perfil de adoecimento masculino condicionam essa população a necessidades de saúde específicas, culminando, por exemplo, em necessidade de atenção domiciliar. A atenção domiciliar, por sua vez, define-se a partir da desinstitucionalização do cuidado em saúde, variando entre visitas domiciliares e aparatos médico-hospitalares de grande complexidade, tendo o domicílio como campo de aplicabilidade e os agentes usuário, família e cuidador como centro das intervenções.
As necessidades de saúde, além de englobar os problemas relacionados a doenças e serviços médicos, incluem as vulnerabilidades que determinam as identidades e os modos de vida, manifestando-se individualmente, apesar de serem proveniente das relações de produção e reprodução social.
Especialmente em virtude do aumento crescente da demanda de cuidados domiciliares [1], na qualidade de uma modalidade terapêutica alternativa à hospitalização, e ao considerar que a alta morbidade masculina coloca o grupo em situações de saúde que determinam a necessidade dessa atenção específica, pressupõe-se que as necessidades de saúde dos homens em contexto domiciliar poderiam ser mais facilmente captadas e atendidas em sua amplitude e complexidade, sobretudo ponderando-se a humanização do cuidado, ampliação da autonomia do indivíduo, desospitalização e possibilidade de reinclusão social.
Diante dessas reflexões e das limitações teóricas existentes na produção científica nacional e internacional sobre a temática, emerge o questionamento: quais as práticas de cuidado desenvolvidas para atender às necessidades de saúde de homens em atenção domiciliar?
Nesse contexto, o objetivo do presente estudo foi analisar as práticas de cuidado desenvolvidas para atender às necessidades de saúde de homens em atenção domiciliar [2].
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