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Lesão por Pressão Em Idosos Hospitalizados: Prevalência, Risco e Associação Com a Capacidade Funcional

A Lesão Por Pressão (LPP [1]) pode ser definida como um dano ocasionado na pele e/ou no tecido ou estrutura subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante de pressão isolada ou combinada com fricção e/ou cisalhamento que ocasionalmente ocorre em pacientes imóveis, fator que contribui, principalmente, para o prolongamento significante da estadia hospitalar, morbimortalidade, incapacidade e dependência de cuidados prestados aos pacientes portadores desta, sendo assim considerada uma ferida crônica.

Lesão por Pressão Em Idosos Hospitalizados: Prevalência, Risco e Associação Com a Capacidade Funcional

Lesão por Pressão Em Idosos Hospitalizados: Prevalência, Risco e Associação Com a Capacidade Funcional. Foto: Divulgação.

O surgimento da lesão por pressão se dá a partir de determinantes etiológicos críticos, a intensidade, a duração da pressão e a fatores extrínsecos e intrínsecos, como: pressão prolongada sobre o tecido, fricção, cisalhamento e umidade, como também a idade, sensibilidade reduzida, imobilidade, nível de consciência alterado, distúrbios e alterações nutricionais, respectivamente.

Lesão por Pressão Em Idosos Hospitalizados

A pessoa idosa apresenta inúmeras mudanças corporais com o envelhecimento em que as modificações bioquímicas e moleculares acumulativas se tornam condições favoráveis ao desenvolvimento de danos teciduais crônicos. Associada a essa situação, pessoas idosas possuem maior chance de desenvolverem doenças crônicas não transmissíveis [2] (DCNT), as quais podem interferir na capacidade perceptiva, circulação sanguínea, oxigenação, mobilidade, nível de consciência, alteração dos níveis de eletrólitos e proteínas, condições tais que podem favorecer uma
internação hospitalar e maior risco para o desenvolvimento de lesões de pele. Como é o caso da lesão por pressão, em que no surgimento dessa lesão na população idosa tem-se maior probabilidade de desenvolver infecções e sepse, o que além de prolongar o tempo de internação e elevar o total das despesas com cuidados, aumenta a taxa de mortalidade decorrentes de tais fatores.

É da prática de enfermagem os cuidados com a integridade da pele e tecidos, incluindo, portanto, a prevenção da lesão por pressão, visto que esta se figura como um agravo árduo, de tratamento demorado e custos elevados. Logo, para minimizar a ocorrência de tais lesões é necessária a realização de uma adequada avaliação dos pacientes, sistematização da assistência de enfermagem (SAE) com a identificação dos riscos para o desenvolvimento dessa ferida, e, consequentemente, implementação de intervenções de enfermagem e da equipe multiprofissional para evitar complicações que poderão acometer o paciente com este tipo de lesão.

A enfermagem tem papel crucial na prevenção da lesão por pressão, em que a realização da avaliação diária da pele se faz necessária, associada a implementação de medidas preventivas eficazes e individualizadas. É imprescindível observar a multicausalidade dessa ferida, haja vista que a LPP funciona como um indicador de qualidade da assistência oferecida pelo serviço de saúde e tais indicadores são indispensáveis para a organização, planejamento, gerenciamento, avalição e controle das atividades realizadas, o que demonstra a importância e necessidade de indicadores nacionais no que tange à incidência e prevalência da LPP em nosso país, pois estes poderão monitorar e avaliar o impacto das ações da equipe de saúde, em especial a de enfermagem, no processo do cuidado com o paciente, bem como no que diz respeito a elaboração de políticas públicas de saúde.

Diante deste cenário, o objetivo deste estudo foi identificar em idosos hospitalizados a prevalência e os riscos para o desenvolvimento de lesão por pressão, além de verificar a associação com causas clínicas e capacidade funcional.

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