- Biblioteca Virtual de Enfermagem – Cofen - https://biblioteca.cofen.gov.br -

Influência do Sexo no Estilo de Vida, Saúde e Utilização de Serviços Médicos Em Hospitalizados

Nos dias atuais, as abordagens sobre saúde têm recebido reflexões de diferentes atores da área, os quais se debruçam sobre aspectos biológicos e sociais, individuais e coletivos. Em síntese, pode-se dizer, em termos de determinação causal, que a saúde e a doença representam o conjunto de relações e variáveis que produzem e condicionam os diferentes estados de bem-estar de uma população, os quais se modificam em diversos momentos históricos do desenvolvimento científico da humanidade.

Influência do Sexo no Estilo de Vida, Saúde e Utilização de Serviços Médicos Em Hospitalizados

Influência do Sexo no Estilo de Vida, Saúde e Utilização de Serviços Médicos Em Hospitalizados. Foto: Divulgação.

Influência do sexo

Pensando então a saúde dos sujeitos como, ao mesmo tempo, fenômeno clínico e sociológico, o sexo tem sido considerado um dos fatores individuais determinantes do processo saúde-doença, utilizado na análise de riscos, comportamentos e práticas em saúde. Dentro de uma trajetória histórica e cultural, onde a mulher é vista a partir da sua capacidade gestacional e o homem é influenciado por uma noção de masculinidade, que envolve a vigilância de suas emoções e do próprio corpo, o sexo tem sido um dispositivo que induz a desigualdades em saúde, uma vez que programas e políticas privilegiam cuidados de saúde estereotipados para cada um dos sexos.

Nesse sentido, as mulheres são pensadas pelos serviços de saúde como seres vulneráveis e reprodutores, com produção de práticas precoces de autocuidado e de responsabilização pelo cuidado masculino, podendo influenciar na sua autoavaliação do estado de saúde. Especificamente em relação à utilização e acesso aos serviços de saúde, estudos mundiais demonstram maiores índices por parte de mulheres, e uma pior autopercepção de seu estado de saúde quando comparada a homens. Essas descobertas podem amparar a reflexão do porquê mulheres tendem a morrer de forma mais tardia, considerando os resultados práticos da prevenção e do diagnóstico precoce sobre a expectativa de vida.

O sexo [1] pode também interagir e contribuir para diferenças na morbimortalidade entre homens e mulheres. Apesar de não haver consenso devido ao grande número de variáveis a ser considerada, em linhas gerais, a literatura aponta maior mortalidade entre homens e maior morbidade autorreferida entre mulheres. Ainda, a população masculina apresenta altas taxas de morbimortalidade por causas externas, e adota com maior frequência condutas prejudiciais como tabagismo, consumo de risco de álcool, hábitos alimentares inadequados e inatividade física.

Neste sentido, e considerando que a identificação destas discrepâncias seja essencial para os planejadores de políticas de saúde [2], o objetivo do presente estudo é analisar a influência do sexo nas condições de saúde, estilo de vida e utilização de serviços médicos em pacientes que foram internados em um hospital de ensino.

Compartilhar
[3] [4]