A adesão ao tratamento é um dos maiores desafios enfrentados por pessoas em hemodiálise [1]. Pensando nisso, um grupo de pesquisadores desenvolveu e validou uma nova ferramenta: a Escala de Mirkai, criada com o objetivo de identificar o risco de má adesão ao tratamento hemodialítico.

Foto: Governo Federal.
Como foi desenvolvida a escala?
O processo seguiu um roteiro metodológico rigoroso, com base nos princípios propostos por Echer. As etapas incluíram:
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Submissão do projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa da instituição;
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Realização de um levantamento bibliográfico aprofundado;
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Concepção da escala propriamente dita;
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Validação do conteúdo com especialistas na área de nefrologia.
Participação de especialistas
Para garantir a robustez da ferramenta, 13 juízes participaram da etapa de validação. Desse total, 61,5% possuíam título de mestre e 53,8% já haviam publicado estudos na área de nefrologia, o que demonstra a qualificação dos avaliadores.
A análise da escala foi dividida em três dimensões:
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Objetivos
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Estrutura/Organização
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Relevância
A dimensão “Objetivos” apresentou o menor Índice de Validação de Conteúdo (IVC), com 0,92, enquanto “Relevância” alcançou o maior valor: 0,98. O IVC total da escala ficou em 0,96, indicando uma excelente validação de conteúdo. Além disso, o Teste Binomial mostrou que não houve discordância significativa entre os avaliadores (p > 0,05), reforçando a consistência dos resultados.
Conclusão: uma ferramenta válida para a prática clínica
Com um IVC global de 0,96, a Escala de Mirkai se mostra uma tecnologia válida tanto em conteúdo quanto em aparência. Essa ferramenta representa um importante avanço na prática clínica, auxiliando profissionais da saúde a identificarem precocemente pacientes com risco de não seguir corretamente o tratamento hemodialítico — e, assim, contribuindo para um cuidado mais eficaz e humanizado.