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Diagnóstico Situacional da Sistematização da Assistência de Enfermagem em Unidades de Estratégia Saúde da Família de Um Município do Estado de Minas Gerais

27 de junho de 2025 por filipesoaresImprimir Imprimir

Sistematização da Assistência de Enfermagem na Atenção Primária: Desafios e Estratégias para a Prática no Brasil.


A Atenção Primária à Saúde (APS) tem se fortalecido no Brasil por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF), considerada a principal porta de entrada do SUS. Nesse contexto, o enfermeiro desempenha um papel essencial tanto no cuidado direto aos pacientes quanto na gestão dos serviços. Para garantir a qualidade desse cuidado, é fundamental que a atuação do enfermeiro seja orientada por bases científicas e organizadas de forma sistemática.

Foto: Agencia Gov EBC.

É aí que entra a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), uma metodologia que estrutura a prática profissional, assegurando que o cuidado prestado seja eficiente, ético e baseado em evidências. No Brasil, a SAE é operacionalizada através do Processo de Enfermagem, que organiza o trabalho em etapas bem definidas, desde o levantamento de dados até a avaliação dos resultados.

Mas como está a aplicação dessa metodologia nas unidades da Estratégia Saúde da Família? Para responder a essa pergunta, foi realizado um estudo descritivo e exploratório com abordagem quantitativa em um município de Minas Gerais. A pesquisa envolveu todos os 51 profissionais de enfermagem atuantes na ESF local, com a coleta de dados realizada entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019.

Os resultados chamam a atenção. Um terço dos participantes (33,4%) afirmou não saber exatamente o que é a SAE ou o Processo de Enfermagem, e outros 21,6% demonstraram dúvidas sobre esses conceitos. Além disso, nenhum profissional entrevistado considerou que a formação acadêmica os preparou totalmente para aplicar a metodologia na prática da Atenção Primária.

Apesar disso, houve um consenso importante: 100% dos participantes reconhecem os benefícios da SAE para pacientes e para a equipe de enfermagem. O grande desafio está em colocá-la em prática. A aplicação da metodologia ainda é limitada, sendo adotada de forma incompleta e pontual – apenas 3,9% dos profissionais disseram utilizar todas as etapas do Processo de Enfermagem em sua rotina.

Os principais entraves apontados são a falta de capacitação oferecida pelas instituições e a alta demanda de atendimentos, o que dificulta o tempo necessário para aplicar a metodologia com qualidade. No entanto, os próprios profissionais indicaram caminhos para mudar esse cenário: quase 90% sugerem como estratégias viáveis a implementação de educação permanente, a criação de guias práticos com diagnósticos e prescrições de enfermagem, e o uso de linguagem padronizada.

Como produto final desse estudo, foi elaborado um plano de ação adaptado à realidade das unidades de saúde pesquisadas, considerando tanto os facilitadores quanto os obstáculos encontrados pelas equipes. A proposta visa contribuir de forma concreta para a efetiva implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem, fortalecendo a atuação do enfermeiro e melhorando o cuidado oferecido à população.

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