A segurança do paciente [1] é um tema cada vez mais discutido no cenário da saúde, especialmente em unidades de alta complexidade como as coronarianas. Pensando nisso, um estudo recente teve como objetivo analisar os indicadores de segurança do paciente em uma Unidade Coronariana (UCO) de um hospital privado, localizado em Piracicaba-SP.
Como o estudo foi feito?
A pesquisa foi do tipo descritiva, com abordagem quantitativa e de corte transversal. Os dados foram coletados a partir dos registros do processo de enfermagem e relatórios gerenciais do Hospital dos Fornecedores de Cana [2], com foco nos pacientes internados por doenças coronarianas agudas ou crônicas ao longo do ano de 2017.
A análise foi dividida em duas partes:
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Parte 1 – Cultura de Segurança: Avaliou-se a percepção da equipe de enfermagem por meio do questionário Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC), que aborda 42 dimensões relacionadas à segurança hospitalar.
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Parte 2 – Incidentes Assistenciais: Foram identificados e analisados incidentes registrados nos prontuários e relatórios de enfermagem.
O que foi encontrado?
Os resultados revelam pontos positivos e desafios a serem enfrentados:
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Dimensões com maior percepção positiva:
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Percepção da segurança do paciente (81,25%)
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Respostas não punitivas aos erros (62,5%)
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Apoio da gestão hospitalar (62,5%)
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Frequência de eventos notificados (60,0%)
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Abertura para comunicação (50,0%)
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Trabalho em equipe (37,5%)
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Passagem de plantão (43,8%)
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Ponto crítico:
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A principal fragilidade identificada foi relacionada ao quadro de funcionários, com 43,75% de respostas negativas.
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No que diz respeito aos incidentes assistenciais, todos os eventos registrados na unidade foram classificados como eventos adversos. A distribuição dos principais incidentes foi:
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Perda do acesso venoso periférico (52%)
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Flebite (27%)
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Perda de dispositivos (9%)
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Lesões por pressão (8%)
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Perda de sonda nasoenteral (4%)
E qual foi o resultado prático desse estudo?
Como produto final, foi desenvolvido um vídeo educativo sobre segurança do paciente, com foco nas Metas Internacionais de Segurança e no processo de notificação de incidentes ao Núcleo de Segurança do Paciente da instituição.
Conclusão: O que podemos aprender com isso?
O estudo reforça a importância do processo de enfermagem na assistência segura ao paciente — presente em 100% dos atendimentos analisados. Também destaca que, embora exista uma preocupação evidente com a cultura de segurança, ainda há necessidade de investir em capacitação contínua, treinamento e incentivo à notificação adequada de incidentes, sobretudo os eventos adversos.
Promover uma cultura de segurança sólida é um compromisso que envolve toda a equipe — e começa com informação, engajamento e ação.