Profissionais de Enfermagem devem acolher e atender adolescentes que buscam assistência, mesmo desacompanhados. Em reunião no Ministério da Saúde, nesta terça-feira, (3/6), a Câmara Técnica de Enfermagem em Atenção à Saúde do Adolescente, Adulto e Idoso do Cofen [1] discutiu a organização de um seminário para conscientizar profissionais sobre conceitos éticos e legais no atendimento individualizado ao adolescente.

Adriana Cavalcante, Hulda Tenório, Betânia Santos, Denise Ocampo, Luciane Maria Almeida, Deusa Helena e Donato Costa.
Denise Ocampo e Luciane Maria Almeida, do Ministério da Saúde, apresentaram estratégias para realizar um encontro simultâneo, com participantes presenciais e à distância, em comemoração aos 30 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A proposta abre espaço para um bate-papo coletivo entre profissionais de Enfermagem e adolescentes, que poderão esclarecer os principais questionamentos sobre o atendimento a essa faixa etária.
“Um dos nossos desafios é fazer com que o adolescente busque atendimento. Muitos têm medo porque não sabem que é sigiloso”, avaliou Donato Costa (Cofen). Hulda Tenório (Cofen) acrescentou que os profissionais da atenção básica demonstram resistência em atender essa faixa etária, dificultando ainda mais o acesso dos adolescentes aos serviços de saúde.
O atendimento está respaldado pela Nota técnica 2/2022 [2] do Ministério da Saúde, pelas Diretrizes Nacionais para a Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens na Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde [3] e pela Resolução 258/2024 [4] do Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes.
Embora profissionais de Enfermagem ainda apresentem dúvidas sobre aplicação desses conceitos na prática, a omissão de atendimento pode ser interpretada como violação de direitos. O Seminário, previsto para julho, busca mitigar essas fragilidades por meio da formação continuada e da discussão de casos práticos.