O ambiente da prática da enfermagem [1] é o constructo central da presente investigação, por isso é muito importante que a sua definição seja feita de forma clara e objetiva. Esta definição será exposta à luz da perspectiva teórica de Lake.

Ambiente da Prática Profissional da Enfermagem Entre Instituições de Saúde. Foto: Divulgação
Esse constructo é emergente da sociologia das organizações que se baseia em um modelo profissional flexível, centrado no objetivo e que enfatiza as competências individuais dentro da equipe profissional, com sistemas de autorregulação que permitem que os profissionais dediquem mais tempo aos pacientes, desenvolvendo, deste modo, melhores ações preventivas e tomada de decisão.
Portanto, o ambiente da prática da enfermagem é definido como um conjunto de características que facilitam ou dificultam sua prática profissional. Dentre as diferentes definições apresentadas na literatura, esta é a mais expressiva entre os autores, talvez em decorrência do fato da capacidade operativa de medição do conceito desenvolvida pela autora. A importância do ambiente da prática profissional da enfermagem foi reconhecida pelo National Quality Forum (NQF) e pela Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations (JCAHO).
Ambiente da prática profissional da Enfermagem
O ambiente descrito acima, pode ser operacionalizado em cinco fatores, descritos a seguir:
- Participação dos enfermeiros na discussão dos assuntos da organização: descreve o papel de participação dos enfermeiros no contexto hospitalar, como na inclusão das decisões políticas e comitês, oportunidades de ascensão, comunicação aberta com os gestores e reconhecida acessibilidade, poder e visibilidade da administração executiva da enfermagem;
- Fundamentos de enfermagem para a qualidade dos cuidados: enfatiza altos padrões de qualidade na assistência que podem ser verificados pela continuidade dos cuidados, utilização de diagnósticos e prescrições de enfermagem, assegurados por um programa de qualidade;
- Habilidade da gestão, liderança e suporte dos enfermeiros: foca a percepção dos enfermeiros sobre o papel crítico da gestão de enfermagem, como reconhecimento pelo trabalho desenvolvido, bem como pelo suporte aos profissionais de enfermagem na presença de conflitos com os médicos e ocorrência de eventos adversos;
- Adequação de recursos humanos e materiais: descreve as premissas de adequação dos recursos para a prestação de cuidados com qualidade, onde o dimensionamento de pessoal, os serviços de apoio, tempo e oportunidade para promover discussão entre colegas sobre casos clínicos, assumem um aspecto significativo;
- Relação entre médicos e enfermeiros: descreve a existência de relações de trabalho positivas entre médicos e enfermeiros.
A partir do contexto exposto trataremos, a seguir, sobre a origem desse conceito e como o mesmo tem evoluído ao longo do tempo.