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Alerta Sobre Intoxicação Por Metanol e Diretrizes Para Atuação Profissional

A intoxicação por metanol constitui uma emergência toxicológica de alta gravidade e um evento de relevante impacto em saúde pública, geralmente associado ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas ou de procedência desconhecida. O reconhecimento precoce dos sinais clínicos e a condução adequada e imediata do atendimento são determinantes para reduzir morbimortalidade e prevenir sequelas neurológicas e visuais.

Diante desse cenário, é fundamental mobilizar a Enfermagem brasileira em todos os níveis de atenção à saúde, com foco na detecção precoce de casos suspeitos de intoxicação. Destaca-se a importância do olhar clínico e da atuação imediata dos profissionais de enfermagem na linha de frente do atendimento. A identificação de sinais e sintomas, como alterações visuais, rebaixamento do nível de consciência, acidose metabólica e histórico de ingestão de bebidas de procedência duvidosa, é essencial para o encaminhamento rápido e seguro dos pacientes.

O profissional de Enfermagem desempenha papel essencial em todas as etapas do cuidado, desde o acolhimento e classificação de risco, passando pelo monitoramento clínico contínuo e apoio terapêutico especializado, até a notificação imediata dos casos suspeitos e confirmados às autoridades de vigilância em saúde.

Para apoiar os serviços de saúde e padronizar condutas, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) e da Coordenação-Geral de Vigilância das Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde (CGDANT), publicou o Fluxograma de Manejo da Intoxicação por Metanol Decorrente do Consumo de Bebidas Alcoólicas Adulteradas [1]. Este instrumento orienta as equipes sobre identificação precoce dos casos, condução clínica inicial, administração de terapias específicas, encaminhamento para unidades de referência e notificação imediata aos Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) e aos serviços de vigilância epidemiológica.

O fluxograma orienta as equipes para:

O profissional de Enfermagem deve pautar sua atuação nas atribuições legais previstas na Lei nº 7.498/1986 e no Decreto nº 94.406/1987, garantindo prática técnica, ética e segura, especialmente na classificação de risco, monitoramento clínico contínuo e educação em saúde junto à comunidade, principalmente em situações de risco coletivo decorrentes da circulação de bebidas adulteradas.

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen [2]) reforça a necessidade de mobilização imediata da categoria e a adoção integral das orientações contidas no fluxograma do Ministério da Saúde, como medidas estratégicas para fortalecer a resposta rápida e coordenada do sistema de saúde, reduzir complicações graves, prevenir óbitos evitáveis e proteger a vida. O Comitê Nacional de Enfermagem em Desastres, Catástrofes e Emergências em Saúde Pública acompanha atentamente o cenário nacional, subsidiando novas estratégias de enfrentamento e resposta diante desse evento de saúde pública.

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