A garantia da qualidade do ar nos ambientes está condicionada à eficiência da gestão no controle e na manutenção periódica dos sistemas de climatização, de maneira a diluir a concentração de contaminantes, contribuindo para a prevenção de doenças respiratórias e de etiologias diversas, como infecções bacterianas, fúngicas ou virais, a exemplo da Covid-19.

Há legislação nacional e estadual que estabelece os parâmetros de referência para qualidade do ar em ambientes artificialmente climatizados de uso público e coletivo, considerando fatores de conforto térmico, umidade relativa, renovação e filtragem do ar, a serem acompanhados através do Plano de Manutenção, Operação e Controle de Sistemas de Climatização (PMOC).
No atual contexto da pandemia provocada pelo novo coronavírus [1] (SarsCov2), estudos têm apontado novos aspectos importantes na transmissão da doença, seja por via direta, por meio de gotículas eliminadas durante fala, espirro, tosse; seja por via indireta, através objetos ou superfícies contaminadas. Mais recentemente, foi demonstrada a transmissão aérea por gotículas menores que cinco micrômetros, que podem permanecer no ar por períodos variáveis.
Amplia-se a necessidade de atenção ao cumprimento das medidas de prevenção de caráter coletivo no meio ambiente de trabalho, em complementação aos protocolos sanitários definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS [2]) e pelo Ministério da Saúde (MS), exigindo dos empregadores a observância das normas técnicas sobre qualidade do ar nos locais de trabalho e elaboração de programas específicos para aferição e controle dos parâmetros indicados, sob responsabilidade de profissionais legalmente habilitados.
O estímulo à ventilação natural na prevenção à Covid-19 é uma medida importante, em associação à renovação do ar, embora a manutenção de janelas e portas abertas nem sempre propicie reciclagem constante e suficiente. Se por um lado a ventilação natural deve ser incentivada, o uso da refrigeração artificial de ambientes fechados não deve ser considerado, isoladamente, um vilão durante a pandemia da Covid-19.